Da regionalidade às plataformas digitais, emissoras de Curitiba mostram como o setor radiofônico tem se reinventado diante das transformações tecnológicas e do comportamento do novo ouvinte.
Por Paula Castro da Costa
Edição Jessica Ribeiro
Com o avanço da tecnologia nas últimas décadas, e a utilização crescente da internet pelo mundo, as empresas de rádio tiveram que se adaptar às novas tendências, e com isso, se moldar a uma nova forma de comunicar e interagir com o seu cliente.
A implementação da rádio na web trouxe um leque de possibilidades na oferta de serviços, isso mostra que a internet veio para expandir e agregar o mercado de comunicação, seja ele qual for.
Além de fortalecer as empresas já existentes no mercado, o online proporciona custo benefício aos pequenos empreendedores, facilidade de acesso e distribuição de conteúdo, menos burocracia, e um alcance geográfico muito maior.
Rádio, regionalidade e expansão
Segundo o radialista Heitor Humberto, locutor da emissora paraense Mundo Livre FM, as principais rádios localizadas na cidade de Curitiba, capital do Paraná, têm acompanhado a crescente do setor. “É um desafio lidar com todas as informações, mas ao mesmo tempo a internet proporcionou diversas oportunidades para o setor radiofônico”, afirma.
Para ele, o segredo está em acompanhar as mudanças sem perder a essência: “A rádio nunca deixou de ser uma potência, sempre manteve a mágica da sua essência, e com toda certeza, é essencial para todos”.
Heitor, que atua na linha de produção de conteúdos e conhece bem os bastidores das emissoras, permanece positivo com o cenário, e garante que o rádio tem um longo e promissor caminho pela frente – especialmente quando alinhado à cultura digital.
Com plataformas como aplicativos, sites próprios e redes sociais, os programas ganham novas janelas de transmissão e interatividade, atingindo públicos que antes estavam fora do alcance geográfico das ondas sonoras tradicionais. “Grande parte da audiência está no online, através das plataformas digitais, e hoje a necessidade é estar alinhado a essas constantes mudanças”, ressalta.
Durante visita à sede do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCOM), em Curitiba, a reportagem encontrou outra figura popular nas rádios locais: Jackson Rodrigues, locutor carismático conhecido pela simpatia com os seus ouvintes.
Ao vivo nas tardes da 98,7 FM, ele ganhou o público por estar a frente de programas divertidos e interativos. Rodrigues, com sua experiência, demonstra como a rotina radiofônica exige agilidade, repertório e atenção constante à audiência.
Flávia Rocha, radialista há mais de vinte anos, ocupa as manhãs e tardes da Mundo Livre FM. A comunicadora ama o que faz, e garante que o nicho da rádio influencia muito na sua satisfação, já que coincide com estilos de seu gosto pessoal. Hoje, com sua ampla experiência no segmento, ela afirma que “na rádio, é indispensável o diálogo com os ouvintes, a interação em tempo real, e saber ouvi-los”.
Fidelidade e compromisso na rádio
Como todos os outros tipos de serviços, a rádio, independente do veículo que será utilizado como meio de transmissão, também precisa manter seu público, engajar e expandir seus conteúdos, explorar novos caminhos e vertentes dentro de sua imensa área de atuação.
Com isso, é imprescindível que os setores de marketing, pesquisa e desenvolvimento estejam alinhados aos objetivos da empresa, trabalhando em conjunto para que o resultado seja satisfatório para seus ouvintes e que os faça permanecerem como ouvintes.
As tendências, hoje, taxadas através da web, precisam estar incluídas de alguma forma nos serviços ofertados, mantendo a troca de informações e curiosidades que seus clientes buscam.
Seja em formato notícia, alguma música em alta daquele determinado artista, algum projeto voltado para as ações sociais, atividades externas em conjunto com a comunidade local, entre outros.
É uma corrida contra o tempo, toda essa aceleração de produção, em conjunto com as exigências de consumo e as mudanças de comportamento estão cada vez mais frequentes, e quem não se adapta às inovações, se molda junto ao mercado, e acompanha as tendências, permanece estacionado sem chances de crescimento.
É preciso estar junto aos artistas, explodir junto, caminhar lado a lado, se pela manhã é lançada uma super trilha de filme, daquelas onde comentaristas e curiosos de plantão não deixam escapar, ou seja, se é um elemento que permite ter abertura para conteúdo, a rádio se faz presente.
O rádio, como fator social, econômico, e comercial, tem uma forte capacidade de influência em relação às pessoas, com isso, seu compromisso com a qualidade de conteúdo, transmissão de informações seguras, projetos comunitários que trazem diferencial nas programações interativas, e também, neutralidade político-econômica, são imprescindíveis na hora de fidelizar seus ouvintes.
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