Do interior do Rio Grande do Sul a Dublin, da Baixada Fluminense a Lisboa: brasileiros contam suas histórias de migração para a Europa, com conquistas, frustrações e alertas para quem sonha em seguir o mesmo caminho.
Por Luciene Neves
Edição Jessica Ribeiro
O sonho europeu voltou a crescer entre os brasileiros.
Em 2023, cerca de 400 mil pessoas deixaram o país em busca de uma “vida melhor”, bons salários, melhores oportunidades – parte de um contingente de quase 4,9 milhões de brasileiros que vivem hoje no exterior.
Os motivos são diversos: violência, alto custo de vida, precariedade da saúde e da educação, e a pesada carga tributária – a segunda maior da América Latina.
Mas o desejo de viver melhor tem mostrado caminhos arriscados.
Muitos se preparam, estudam e buscam se inserir legalmente em seus destinos. Outros, porém, se arriscam em rotas informais, com isso, acabam deportados para o Brasil, na maioria das vezes frustrados e falidos, pois perdem tudo que juntaram e investiram.
A seguir, duas histórias revelam o que está por trás da migração: planejamento, obstáculos e reinvenção pessoal.
De um lado, o jornalista Claucio Brião, que trocou o Brasil por um cargo em uma gigante da tecnologia na Irlanda. Do outro, a jovem programadora Rebecca Neves, que se adaptou ainda adolescente à vida em Portugal.
“Viver em outro país está sendo uma experiência fantástica!”
Natural de Camaquã, interior do Rio Grande do Sul, Claucio construiu sua carreira em várias cidades brasileiras. Graduado em Pelotas (RS), foi na cidade gaúcha onde conquistou o primeiro emprego na área como apresentador de telejornal ao vivo.
Mais tarde mudou-se para São Paulo (SP), onde tornou-se instrutor de cursos no SENAC. Na capital paulista atuou em uma agência internacional de comunicação onde se aproximou de empresas multinacionais, o que acendeu um antigo desejo: viver no exterior.
Da vontade uma outra meta, investir na língua inglesa e conhecer novas culturas. “Desde então, foram dois anos me preparando para colocar esse projeto em prática. Comecei a pesquisar sobre a cultura dos países, alimentação, horários, legislação… O mais importante foi conversar com amigos que já viviam fora do Brasil”, relata.
Em 2020, Claucio embarcou rumo a Waterford, no interior da Irlanda, para fazer um curso.
Logo ao chegar se deparou com os primeiros desafios: enfrentou o rigoroso inverno europeu e, na sequência, a pandemia de Covid-19.
A adaptação foi desafiadora, mas os frutos vieram. Hoje, o comunicador mora no centro de Dublin, capital irlandesa, e trabalha para uma das maiores empresas de mídias sociais do mundo.
“Viver em outro país está sendo uma experiência fantástica!”, afirma. Segundo ele, a mudança o transformou pessoal e profissionalmente. Desde então, já são quatro anos vivendo em outro país.
“Investir em inglês e ter uma reserva são fundamentais”
Rebecca Neves Santos, 25 anos, deixou Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, ainda jovem. Ela aterrissou em Lisboa, Portugal, ainda na adolescência e sua chegada foi marcada por impacto cultural e escolar.
Ao chegar a jovem logo ingressou no Ensino Médio – por lá chamado de Ensino Secundário. “O impacto foi grande ao ver alunos de tantas etnias numa sala só. A estrutura das escolas públicas, mesmo em cidades pequenas, era muito diferente. A organização das matérias também trouxe algumas dificuldades, na matéria de inglês, por exemplo, eles eram muito exigentes”.
Apesar das dificuldades, a adaptação veio, em parte, pela acolhida dos colegas. “A geração mais jovem de portugueses é muito aberta a novas culturas. Nunca sofri nenhum tipo de preconceito. Isso ajudou bastante.”
O maior desafio foi financeiro. Longe de amigos, familiares e de tudo que conhecia, a adolescência de Rebecca em Portugal exigiu amadurecimento rápido.
Durante o ensino médio, iniciou um curso de sistemas informáticos e programação de software, que lhe abriu as portas do mercado de trabalho.
“A área da tecnologia ainda é dominada por homens. Preciso me afirmar o tempo todo e fazer minha opinião valer. Mas já conquistei muita coisa. Hoje trabalho numa empresa de serviços para o setor bancário”.
Rebecca destaca o planejamento como essencial para quem pensa em seguir caminho semelhante: “o melhor é ter uma reserva financeira de pelo menos um ano. Os imprevistos acontecem e você vai estar longe da sua rede de apoio. Investir em aprendizado e em inglês é essencial para garantir um bom emprego no exterior”.
Além da estabilidade profissional, morar em Portugal possibilitou à jovem conhecer outros países europeus – Inglaterra e França, por exemplo – unindo trabalho e uma de suas paixões: viajar.
Já são nove anos vivendo fora do Brasil. Em agosto passado, esteve de férias no país, visitando parentes no Rio de Janeiro, São Paulo e Piauí.
💡 Leia também: O feminicídio é reflexo de uma sociedade ainda profundamente desigual
Conheça o Estude Sem Fronteiras
Invista em sua formação a partir de qualquer lugar do Brasil. Nós contamos com os melhores profissionais e materiais atualizados para te garantir relevância no mercado de trabalho e uma formação humanizada. Com apenas alguns cliques, você pode se inscrever em um de nossos cursos online e iniciar ou mesmo ampliar sua carreira profissional!
O Estude Sem Fronteiras é um portal de educação da Faculdade Metropolitana, credenciada pelo Ministério da Educação (MEC), que oferece cursos de extensão online, cursos de aperfeiçoamento online, Pós-Graduação e MBA EAD
>> Garanta uma Bolsa de Desconto para os cursos de Pós-Graduação EAD da Faculdade Metropolitana
Clique abaixo para acessar o site do Estude Sem Fronteiras e conhecer mais sobre nossos Cursos Online, Pós-Graduação EAD e MBA EAD!
