A Dimensão 3, voltada à Infraestrutura, representa uma das áreas mais sensíveis da proposta de atualização dos instrumentos de avaliação do INEP.
A nova abordagem amplia o conceito tradicional de infraestrutura, que deixa de se restringir a prédios, laboratórios e equipamentos, passando a incluir também aspectos relacionados à qualidade de vida, acessibilidade e condições de trabalho da comunidade acadêmica.
Segundo o modelo apresentado pelo INEP em Brasília, em 17 de junho, essa dimensão sofrerá uma redução de 18 indicadores para 9 objetos de avaliação.
Embora o número de itens avaliados seja menor, o nível de detalhamento e rigor aumenta, já que cada objeto incorpora atributos e qualificadores adicionais, exigindo das instituições evidências mais consistentes para demonstrar a efetividade de suas práticas e estruturas.
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Destaques e atualizações da Dimensão 3
As alterações propostas reforçam a integração entre infraestrutura física, tecnológica e pedagógica, com atenção ampliada à acessibilidade, qualidade de vida e inovação nos ambientes acadêmicos.
Entre os destaques, estão:
1. Docentes e Mediadores:
Além das exigências já existentes para os espaços físicos e equipamentos, a proposta inclui a necessidade de que os recursos institucionais viabilizem o trabalho remoto dos docentes e mediadores pedagógicos, ampliando a flexibilidade das atividades acadêmicas.
2. Qualidade de Vida:
Em caráter inédito, o INEP propõe avaliar o acesso a programas de qualidade de vida e bem-estar voltados a docentes, mediadores pedagógicos e coordenadores de curso.
Essa inclusão representa um avanço importante na valorização das condições humanas e organizacionais que sustentam o trabalho educacional.
3. Salas de Aula:
Os espaços didáticos deverão permitir diferentes configurações pedagógicas para as atividades, além de contar com recursos de videoconferência capazes de viabilizar projetos nacionais e internacionais, promovendo maior integração e colaboração entre instituições e estudantes.
4. Tecnologias e Recursos Digitais:
Além de garantir equipamentos e recursos suficientes para toda a comunidade acadêmica, a nova proposta enfatiza a importância do design universal, que assegura o acesso de pessoas com deficiências, altas habilidades, TEA e demais neuro-divergências.
A diretriz reforça o compromisso com a inclusão e a equidade educacional.
5. Auto avaliação Periódica:
Em consonância com a linha de fortalecimento da auto avaliação institucional, docentes, mediadores pedagógicos e coordenação deverão ser avaliados periodicamente pela instituição, com documentação de resultados e planos de melhoria.
Esse processo, tradicionalmente conduzido pela CPA, passa a ter destaque ampliado também na Dimensão 3.
6. Melhoria Contínua:
A exigência de documentação mais robusta dos processos de melhoria contínua se mantém em todas as dimensões. Na Dimensão 3, essa prática é pontuada por qualificadores distribuídos em vários atributos e objetos de avaliação, reforçando o caráter sistêmico da qualidade institucional.
Destaques e pontos de atenção
Entre os pontos positivos, destaca-se o reconhecimento inédito de programas de qualidade de vida e bem-estar voltados a docentes e mediadores, além do reforço ao papel da autoavaliação institucional na construção da melhoria contínua.
Por outro lado, a proposta traz desafios interpretativos importantes.
Apesar da maior granularidade dos critérios, ainda há margem para subjetividade em algumas análises. Questões como “o que pode ser considerado um programa de qualidade de vida e bem-estar?” ou “o que caracteriza uma sala de aula capaz de permitir diferentes configurações pedagógicas?” ilustram possíveis divergências entre avaliadores.
A criação de um glossário oficial poderia contribuir para reduzir interpretações divergentes e aumentar a uniformidade na aplicação dos instrumentos, uma preocupação recorrente nas versões anteriores do processo avaliativo.
Um novo olhar sobre a infraestrutura acadêmica
Com as mudanças propostas para a Dimensão 3, o INEP amplia a compreensão de infraestrutura, que passa a incorporar não apenas aspectos físicos e tecnológicos, mas também condições humanas, pedagógicas e de inclusão.
A atualização reafirma o compromisso com uma educação superior mais integrada, acessível e alinhada às novas realidades institucionais.
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