Projetos bem desenvolvidos podem render frutos à carreira profissional; conheça as dicas de especialistas!
Com a chegada do último ano da graduação, é comum que os estudantes estejam cansados, focados exclusivamente na obtenção do diploma, sem dar a devida atenção ao Trabalho de Conclusão de Curso, o TCC.
O projeto de pesquisa, no entanto, é mais do que mera formalidade acadêmica para o encerramento de um ciclo.
Se bem trabalhado, torna-se oportunidade de alavancar a carreira do aluno, seja na academia ou no mercado de trabalho.
Pesquisa ao longo da formação
Para Mozart Neves Ramos, referência em políticas públicas educacionais e membro do Conselho Nacional de Educação (CNE) entre os anos de 2018 e 2022, os programas de iniciação científica podem ser o pontapé inicial para o desenvolvimento do TCC, uma vez que a conclusão de curso é também oportunidade de articular os conhecimentos acadêmicos adquiridos durante a pesquisa.

Crédito: Divulgação
Carlota Boto concorda. Mestre em história e filosofia da educação, já orientou cerca de 20 TCCs ao longo de sua trajetória em sala de aula. Segundo a especialista, participar de um programa de iniciação científica antes do TCC “é o caminho ideal”.
“Eu costumo fazer os meus alunos começarem pela iniciação científica para depois a transformarem em seus TCCs. A iniciação é como um TCC mais longevo que, com o auxílio do orientador de pesquisa, possibilita a familiarização do estudante com a sua temática. A iniciação científica é como um ‘filé mignon’ que pode colaborar com a conclusão de curso”, comenta Carlota.

Crédito: Marcos Santos/USP
Na avaliação de Mozart, muitas vezes os alunos saem da graduação com uma boa base teórica, mas sem o aspecto prático. “Ao eixo daquele aluno que não quer seguir a trilha acadêmica mas ir direto para o mercado de trabalho no sentido mais produtivo, o TCC pode contribuir para que consiga pensar numa perspectiva de desenvolvimento profissional e de amadurecimento. Pode ser uma grande oportunidade para dialogar com a prática de seu eventual mundo do trabalho”, diz.
Para o educador, na perspectiva do mercado de trabalho há de se considerar um sub-eixo importante. “Hoje, os alunos não estão muito preocupados com a questão do emprego formal e, às vezes, eles mesmos pretendem criar os seus próprios espaços de desenvolvimento profissional. Estou me referindo às startups, incubadoras e desenvolvimento de ideias. Nesse sentido, o TCC pode ser um caminho interessante para fortalecer essa concepção de não apenas pensar no seu futuro, como também ser protagonista de seu futuro”, acrescenta.
Carlota Boto vê o momento do TCC como fundamental, pois permite a produção de conhecimento próprio a partir dos aprendizados obtidos ao longo do curso. “Já orientei TCCs que foram verdadeiros trabalhos de mestrado”, conta.
TCC em prática
A jornalista Laura Rachid é um exemplo de bom uso do período dedicado ao TCC.

Crédito: Arquivo Pessoal
Formada em 2015, hoje atua como editora da revista Educação, veículo dirigido a profissionais da área educacional de ensino básico. Em diálogo com uma vocação pessoal, fez do TCC um fotolivro. Em grupo, usou o produto para abordar “Religiões asiáticas na grande São Paulo”.
No âmbito do audiovisual, já assinou a direção do curta documental Oremba’e Eí Yma Guare – O Mel do Passado, ao lado de Thiago Carvalho.
Na revista Educação, fotos de sua autoria estamparam reportagem sobre professores indígenas. E na vida pessoal, a câmera é a sua fiel escudeira. “O audiovisual nunca saiu da minha vida, faz parte de mim. Não consigo ir a um lugar especial sem levar a minha câmera. Ela viveu comigo.”
Durante o último ano de faculdade, não deixou-se abater pelo cansaço. Enxergava o TCC como um caminho para produzir algo especial. E a ele se aplicou.
Na pausa entre o estágio e as aulas, passava as tardes na livraria Cultura, em São Paulo, folheando os livros da seção de fotografia. “Já conhecia Sebastião Salgado mas comecei a mergulhar mais por conta do TCC, observando a diagramação, as ideias e os temas de outras fotógrafas e fotógrafos”, relata. Para se aprofundar no tema, frequentou uma mesquita Shitta, além de outras vivências.

Crédito: Laura Rachid
Formado em engenharia química, Mozart Neves Ramos optou por seguir o caminho acadêmico nas áreas de física e química. Lembra que o Trabalho de Conclusão de Curso teve a produção de vidros para lâmpadas na General Electric. “Apesar de não ter seguido a vida profissional da engenharia, aquela experiência com o TCC na indústria foi muito importante para me ajudar a amadurecer relacionamentos, concepções e teorias que eu havia estudado”, destaca o educador, que também orientou projetos de iniciação científica e de TCC.
A temática do projeto
A definição do tema de TCC pode afligir alguns estudantes e, para Carlota Boto, a escolha deve sair de dentro da alma. “Não dá para vir de fora para dentro, porque o sujeito se envolve e terá que se debruçar sobre esse objetivo de estudo. Ele não pode se cansar facilmente desse objeto e para isso é necessário que haja um interesse genuíno naquilo que se pesquisa”, aconselha.
“Eu diria para o estudante escolher um tema que possa abarcar aquilo que eventualmente ele não viu na intensidade que gostaria de ter visto na universidade e aquilo que ele pretende fazer [futuramente]. Para que ele possa, antecipando esse cenário, ter a própria contribuição do orientador para que ele possa suprir essa lacuna que eventualmente ficou no curso”, propõe o ex reitor da UFPE, Mozart Neves Ramos.
Em banda ou carreira solo?
Alguns cursos e instituições permitem o desenvolvimento de projetos em grupo. Nesse caso, cabe aos estudantes a escolha de firmar parceria com outros colegas ou de tocar o TCC de maneira individual.
Para Laura Rachid, a experiência em grupo foi positiva para a distribuição de tarefas. “Teve etapas em que me dediquei mais, assim como outra pessoa se dedicou mais em outra. Uma amiga que já havia feito graduação e estava mais familiarizada com as normas ABNT conseguiu salvar na questão de tempo”, cita.
Mozart lembra que hoje vivemos um cenário disruptivo.
“Nesse contexto, trabalhar em equipe é importante para ganhar conhecimento em tomadas de decisões. O que muitas vezes, isoladamente, a pessoa não tem capacidade de responder na velocidade esperada. Durante a pandemia, só conseguimos desenvolver a vacina porque vários laboratórios de pesquisa, com expertises diferentes e complementares, se uniram em rede de forma colaborativa. Trabalhar em equipe é uma das competências mais esperadas pelas empresas na contratação de profissionais”, exemplifica.
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