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Imagem de crianças brincando.

Terapia Aba: tudo sobre o método eficiente no tratamento do autismo

A terapia ABA é um método altamente eficaz e popular no tratamento de pessoas diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Sua sigla é uma abreviação do termo em Língua Inglesa — Applied Behavior Analysis — ou Análise Comportamental Aplicada, sendo uma abordagem da Psicologia que promove o reforço de comportamentos positivos e não focando nos erros.

Com o aumento de casos de crianças e adultos identificados no espectro autista, a demanda por terapias que sejam adequadas para esses casos aumentou significativamente. Segundo estudos publicados por estudiosos da área, a ABA tem sido a metodologia mais frutífera em termos de desenvolvimento e resultados positivos para os pacientes.

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Continue lendo esse post e saiba o que é terapia ABA, como ela funciona e quais são as principais diretrizes de aplicação dessa metodologia de acordo com as necessidades de cada indivíduo. Entenda mais sobre como ela pode ajudar crianças, adolescentes e adultos que vivem com autismo.

>> Leia também: Como é feito o diagnóstico de autismo: idade, testes e especializações no assunto

O que é terapia ABA?

>> Veja também: Pós-Graduação EAD em Autismo

O foco desse método terapêutico é na questão comportamental dos pacientes, sendo uma intervenção de práticas e atitudes que buscam trazer melhorias no cotidiano das pessoas autistas, analisando e propondo soluções com base em situações reais. Como resultado, o impacto das relações e interações com o mundo se tornam mais proveitosas.

Esse trabalho tem como propósito amplificar e reforçar os comportamentos considerados desejáveis ao mesmo tempo em que busca reduzir as condutas que sejam prejudiciais ou danosas. Pois baseia-se em questionamentos que investigam as origens de cada ação de acordo com o contexto da pessoa.

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História e como surgiu a terapia

O surgimento da ABA é permeado de influências de vários trabalhos acerca do comportamento humano, por se tratar de uma abordagem sistematizada que se dedica ao entendimento e transformação das interações e atitudes nos meios sociais mais significativos.

A origem desse trabalho pode ser encontrada em pesquisas do fisiologista russo Ivan Petrovich Pavlov e de psicólogos como John Broadus Watson, Edward Lee Thorndike e o Burrhus Frederic Skinner, pai do behaviorismo radical. Contudo, Donald Baer, Todd Robert Risley e Montrose Madison Wolf são creditados como os fundadores após a elaboração e publicação do Journal of Applied Behavior Analysis, em 1968.

Após esse advento, o método foi se popularizando rapidamente, primeiramente em países como os Estados Unidos e também no Reino Unido. E ao ser implementado como alternativa de tratamento de crianças que se encontravam no espectro autista pelo psicólogo Ole I. Lovaas a sua divulgação se tornou ainda maior.

Benefícios do método e como ele pode ajudar

Por ser considerada a abordagem que mostra maiores níveis de evolução dos casos de autismo, existem vários benefícios na sua aplicação como a promoção de maior desenvoltura nas interações sociais e grandes ganhos na independência e na qualidade de vida dos indivíduos submetidos a essa metodologia. Portanto, dentre as visíveis mudanças, pode-se destacar:

  • diminuição de comportamentos agressivos, autolesões, descontrole emocional e eventuais fugas de determinados lugares;
  • desenvolvimento mais ampliado das capacidades e competências científicas, como a leitura, raciocínio lógico e matemático, além da escrita;
  • para os casos considerados como graus moderados e graves, maior autonomia em questões de cuidados pessoais, como higiene; e
  • maior facilidade no estabelecimento de contato visual e na comunicação verbal.

Por possuir estratégias de aplicação que atuam diretamente em cada aspecto, os avanços podem ser percebidos ao longo da exposição dos pacientes a essa metodologia. É justamente por conta da sua estruturação, que as áreas afetadas pelo autismo são afetadas de maneira coesa e produtiva.

Como funciona a terapia ABA

Grande parte dos tratamentos disponíveis para a população que convive com TEA são constituídos de esforços focados em apenas um tipo de comportamento ou traço da pessoa autista. E, justamente por esse motivo, não conseguem atingir os objetivos esperados mesmo com muitas tentativas e tempo dedicado.

Enquanto isso, no caso da Análise do Comportamento Aplicada, acontecem múltiplas intervenções que são direcionadas a diversos tipos de condutas e comportamentos, afetando inúmeras áreas e suas particularidades.

A sua aplicabilidade é baseada na investigação das necessidades e observação dos padrões que merecem maior atenção. A consequência disso é um método repleto de dinamicidade e que se adapta à realidade de cada aluno\paciente, fazendo com que as práticas sejam individualizadas e muito efetivas.

Por isso, o seu funcionamento está atrelado às seguintes características: possibilidade de realização em diferentes ambientes (na escola, em clínicas ou em casa); prática individual ou em grupo e a projeto adaptado conforme as carências e apontamentos inferidos através da observação e investigação de cada caso.

>> Leia também: Terapia ABA para crianças autistas: saiba os benefícios e possibilidades de formação 

Como observar os resultados da terapia

Por se tratar de um método que se baseia na apresentação e desenvolvimento de evidências, muitos testes e revisões científicas foram feitas acerca dos seus avanços e resultados palpáveis. E o que a comunidade de estudiosos tem publicado ao longo dos anos se mostra muito promissor.

Como é o caso de Callahan et al. (2010), Fani-Panagiota (2015) e, principalmente, Rosenwasser e Axelrod (2001) que trouxeram um estudo detalhado sobre as etapas e fases nas quais a ABA atua positivamente. Ressaltando, inclusive, a necessidade da formação de profissionais e elaboração de redes de apoio que forneçam esse tipo de serviço às pessoas interessadas.

Dentre os testes presentes na “quantificação” dos efeitos da terapia, podemos citar o PECS e o TEACCH, que podem ser traduzidos para Sistema de Comunicação por Troca de Imagem e Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits de Comunicação, respectivamente. Ambos muito populares na comunidade de profissionais do ramo por conta da sua eficácia.

Técnicas do método ABA e como aplicar

Através de anos de implementação, trabalho, pesquisa aos longos dos anos, algumas técnicas foram elaboradas e desenvolvidas. Através de comprovações empíricas e dados que suportam as evidências, os profissionais costumam optar por duas das mais populares. Conheça um pouco mais sobre elas logo abaixo.

Antecedente, comportamento e consequência

Retomando a informação de que a terapia ABA se baseia na observação, a técnica que podemos resumir como ACC é construída nessa premissa. Isso significa que, é preciso analisar e entender quais são os acontecimentos que geralmente antecedem determinados comportamentos, suas consequências e também as consequências dessas ações. Mais detalhadamente, seria o seguinte:

  • antecedente: esse fator pode se materializar por meio de um som ou outro aspecto mais sensorial; ou comandos verbais que podem partir da própria pessoa ou de terceiros.
  • comportamento: o resultado dos estímulos podem surgir de formas verbais ou não-verbais. Por exemplo, querer desligar a TV por conta de um barulho muito alto.
  • consequência: o que acontece depois das duas outras etapas, resultando na prática de reforços positivos. Por exemplo, dizer que está com fome e receber comida.

Existem duas formas que o comportamento pode ser afetado segundo o esquema de antecedente – comportamento e consequência, a negativa e positiva. Veja como isso pode acontecer através das situações seguintes.

Forma negativa: a mãe pede ao filho que desligue o tablet, pois já é hora de almoçar (antecedente); o filho responde “não” ou ignora o comando (comportamento); a mãe desliga o tablet sem o consentimento da criança, gerando uma reação negativa.

Forma positiva (com diretrizes da ABA): a mãe pede ao filho que desligue o tablet, pois já é hora de almoçar (antecedente); o filho responde “não” ou ignora o comando (comportamento); a mãe explica a importância da refeição em família e faz um acordo para que a criança use o dispositivo por 15 minutos antes das refeições (consequência que dá base para a construção de outro ciclo e outro antecedente); o filho concorda com o proposto (comportamento) e assim sucessivamente.

Reforço Positivo

Agindo como uma forma de recompensa por meio de comandos obedecidos, o reforçamento positivo é um método muito plural e diversificado que pode ser aplicado a diferentes abordagens de trabalho com aprendizagem. Podemos resumir sua premissa em recompensar a criança, por exemplo, a cada atitude positiva ou a cada meta alcançada, estimulando a repetição dos padrões considerados positivos.

Isso pode ser materializado através de brinquedos, elogios, atividades que sejam de interesse dos pacientes, entre outras coisas. Contudo, a escolha do que irá representar tais recompensas deve estar alinhado ao perfil de cada indivíduo, para que estas evoluam conforme o tratamento, se tornando, então, uma forma de reforço natural.

Nessa etapa o reforço acontece na forma de interações sociais, que antes eram consideradas desagradáveis, hábitos saudáveis de autocuidado ou de interesse, por exemplo. Portanto, conhecer as particularidades de cada pessoa é essencial na boa implementação da ABA.

Quantos dias por semana a terapia ABA deve ser executada

A indicação dos profissionais costuma variar de acordo com as avaliações e o caso de cada pessoa. Portanto, a média estabelecida pelos estudos é de cerca de 40 horas semanais. Contudo, o contexto brasileiro dificulta muito que isso seja realizado, por falta de investimentos, infraestrutura e acesso democratizado para que todas as pessoas que precisam dessa terapia tenham acesso.

O que pode ser feito para contornar essa questão é a extensão da ABA para contextos fora do ambiente terapêutico, pois a terapia pode ser aplicada em todas as situações do dia a dia dos pacientes. E isso inclui a escola e a família no envolvimento do trabalho da análise de comportamento aplicada.

O que considerar para iniciar o método

Antes de mais nada, é absolutamente imprescindível que a pessoa autista deva ter um relacionamento agradável com o profissional terapeuta responsável pelo tratamento por meio da ABA. Outros apontamentos podem ser levados em conta, como:

  • certificação e especialização que capacite a pessoa a atuar com ABA;
  • quantas pessoas terão acesso e irão trabalhar com a criança?
  • como funcionam as sessões da terapia na clínica?
  • qual será a carga horária semanal?
  • a terapia será feita por intermédio do SUS, ONG ou plano de saúde?

Caso ainda haja alguma dúvida sobre como e onde buscar ajuda sobre esse assunto, procure órgãos oficiais como a Associação Brasileira de Ciência do Comportamento — ABPMC. E para continuar lendo sobre diferentes áreas de atuação e diversos outros assuntos, continue navegando no nosso blog!

>> Leia também: A importância da inclusão escolar e social de pessoas autistas

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Cristiana Maria di Primio Gonçalves

Graduada em Psicologia pela Universidade de Passo Fundo. Especializada em Gestão Estratégica Empresarial e em Consultoria de Recursos Humanos pela Associação Brasileira de Recursos Humanos - ABRH. Mestre em Administração de Organizações pela Universidade de São Paulo - FEA/USP. Reconhecida e premiada na área de Gestão de Pessoas. Atuante no campo de Administração de Recursos Humanos. Experiência profissional como Docente na disciplina de Psicologia Aplicada à Administração na Universidade de Passo Fundo e como Professora e Orientadora na disciplina de Jogos de Negócios na Pós-Graduação da Fundação Getúlio Vargas - FGV. Capacitada em Mediação e Conciliação de Conflitos pelo Instituto Conversações. Atuante como Professora/Tutora de disciplinas da Graduação e da Pós-Graduação na Faculdade Metropolitana, nas áreas de Gestão, Administração, Psicologia e Neuropsicologia.

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